Dante José Alexandre Cid fala sobre as prioridades de sua gestão no Instituto Pró- Livro
O Instituto Pró-Livro (www.prolivro.org.br) criado em 2006 pelas entidades do livro (ABRELIVROS, CBL e SNEL) com a missão de transformar o Brasil em um país de leitores, tem um novo presidente e nova diretoria. Dante José Alexandre Cid assume a presidência da instituição pelo biênio 2021- 2023, substituindo José Angelo Xavier, para dar continuidade às ações de incentivo à leitura promovidas pelo IPL.
Atendeu à nossa solicitação de entrevista para falar sobre esse seu novo desafio. Veja o que ele disse.
Como o senhor avalia a trajetória do Instituto Pró-Livro desde sua criação, pelas entidades do livro, em 2005?
Os projetos de incentivo à leitura que o IPL desenvolve são admiráveis. Entre eles, a mais destacada contribuição do IPL à sociedade é sem dúvida a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, cujos dados são amplamente utilizados em inúmeras instâncias, do Governo ao setor privado, apoiando a formação de estratégias em prol da educação e da cultura. É louvável que o IPL esteja por trás do estudo mais robusto do país que mapeia os hábitos de leitura dos brasileiros e fornece informações para o planejamento do mercado e para o fomento de políticas públicas.
Qual a importância do IPL e das ações que promove, como a pesquisa Retratos da Leitura, o Prêmio IPL e a Plataforma Pró-Livro, para a promoção da leitura e do livro e para a cadeia produtiva do livro?
A promoção da leitura e do livro no Brasil é uma bandeira fundamental do IPL e isso fica bastante evidente com essas iniciativas, que tanto contribuem para o debate sobre como podemos ser agentes de transformação para que os índices de leitura no país sejam cada vez maiores, com amplo acesso da população ao livro.
Para a cadeia produtiva, essas ações ressaltam ainda mais a importância dos nossos esforços para a manutenção de uma indústria livreira fortalecida, contribuindo na construção de um país leitor. O reconhecimento em premiações como o Prêmio IPL só confirma o quanto há profissionais comprometidos e espalhados por todo o Brasil com esse mesmo propósito.
O IPL é mantido pelas entidades do livro. Sabemos que a cadeia produtiva do livro foi bastante impactada pela crise socioeconômica gerada pela pandemia, e ainda sofre com a ameaça de taxação dos livros. Como superar essas dificuldades e manter os projetos que já ganharam notoriedade, como o Prêmio Pró-Livro e a Plataforma Pró-Livro? Quais são as prioridades de sua gestão para enfrentar essas restrições?
A atual conjuntura socioeconômica exige de toda a sociedade uma reavaliação das abordagens que considerávamos consolidadas. Isto se aplica certamente ao ecossistema do livro e todos os seus atores. Minha gestão, que se inicia justamente neste contexto, terá como prioridade otimizar o papel do IPL nesta nova realidade, refletindo sobre possíveis mudanças, estratégias e parcerias que possam auxiliar na continuidade (ou amplificação) desses projetos, reforçando sua relevância para toda a sociedade.
Nas próximas semanas deve ser lançado o livro Retratos da Leitura no Brasil 5. Qual a importância da pesquisa e dessa publicação para orientar políticas públicas e as ações do governo e das entidades do livro?
É com muita alegria que comemoramos esse lançamento, mais um recurso que ajuda na divulgação de dados essenciais para o entendimento do perfil leitor do brasileiro e de seus hábitos, além de consolidar a importância de termos esse universo medido e analisado periodicamente – tanto para a indústria quanto para os pleitos das entidades junto ao governo. O primeiro passo para se definir uma boa política ou estratégia, seja nos negócios ou na administração pública, é conhecer em detalhes o contexto de partida. É justamente isto que a Pesquisa Retratos da Leitura entrega ao Brasil. Portanto, fazer uma imersão na leitura e na apreciação desse estudo longevo é indispensável para pensar uma sociedade que pretende evoluir seu nível de educação e cultura.